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O futuro das transmissões de futebol no Brasil

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O esporte mais assistido do país passa por uma transição que sairá da televisão para as telas de celulares e computadores.

O futebol é um dos esportes mais praticados ao redor do mundo, e no Brasil, ele se sobressai mais ainda quando comparado a outros. Na terra do único país que é pentacampeão mundial, é possível encontrar crianças, adolescentes e até adultos praticando a modalidade em diversos lugares. Quando não dá para jogar, as pessoas sempre buscam algum jeito de assistir as partidas profissionais.

No conforto do sofá de casa ou no bar mais próximo, se alocar para acompanhar o time do coração é algo rotineiro na vida de amantes do futebol. A rotina é tão grande que já existem até os considerados “horários nobres” para assistir aos jogos: tarde de domingo (em torno das 16h00) e quarta à noite (em torno das 22h). Contudo, não necessariamente é preciso seguir tais horários para assistir partidas.

Com os avanços tecnológicos, o acesso aos jogos por toda a parte do mundo ficou mais fácil. Hoje, um brasileiro consegue assistir uma partida de futebol da Bélgica, Austrália, entre outros, sem muitos problemas. Essa facilidade para assistir jogos distantes se deve muito às transmissões via streaming.

A transmissão via streaming é aquela que assistimos conectados à internet, podendo ser por meio de um site ou aplicativo. Essa nova forma, que só vem crescendo ao redor do mundo, é o futuro das transmissões. No Brasil, os canais esportivos já começaram a se adiantar para esse futuro que é tão próximo. O antigo canal por assinatura, Esporte Interativo, é o melhor exemplo dessa mudança.

Comandados pela Turner, network que é dona de canais como a TNT, Warner, Space, entre outros, o canal esportivo fechou suas portas na televisão e virou a chave para focar nas transmissões online. Hoje, os jogos da UEFA Champions Leaguea, que é o carro forte da casa, têm como preferência a página do canal no Facebook. Como é um período de transição, alguns ainda são colocados nos canais “vizinhos”, como TNT e Space.

Outros canais também já começaram a transitar para o mundo online. A Fox Sports transmite o campeonato espanhol apenas no seu aplicativo por assinatura, o Fox Play. Já o DAZN, canal recém-criado e detentor de direitos de campeonatos como francês, italiano e copa sul-americana, faz apenas transmissões via streaming.

A aceitação para essa nova mudança é a principal barreira para o crescimento efetivo dela. A televisão traz um conforto para quem assiste, visto que a pessoa não precisa se preocupar em se conectar para assistir os jogos. Basta ligar a televisão e apreciar. Por outro lado, as transmissões online exigem, no mínimo, uma busca do telespectador por aplicativos ou sites que estejam com o jogo disponível.

 

Para Fernando Campos, ex-narrador do Esporte Interativo, o leque das transmissões online é bem maior, possibilitando assim, o telespectador de assistir as partidas quando e como quiser. O narrador completou, “A maior barreira é essa quebra cultural, conseguir mostrar que uma transmissão via streaming é tão boa quanto uma na televisão”.

Entretanto, o caminho ainda é longo. No Brasil, nem todos têm acesso a bons servidores de internet. De acordo com o IBGE, 63 milhões de pessoa, no país não possuem acesso à internet. Isso dificulta, e muito, o avanço desse serviço por aqui. Em países mais desenvolvidos, já há melhor consistência no âmbito de redes de internet.

O Brasil ficou apenas em 133º no BroadBand Speed League de 2018, ranking que compara as internet’s mais rápidas do mundo. A lista que tem Singapura no topo, considera a velocidade média dos downloads para ser feita. A média brasileira é de 2,58 Mbps. No Estados Unidos, por exemplo, todas as principais competições (NBA, NFL, MLB, NHL e MLS) tem um serviço direcionado para streaming. Além claro, das tradicionais na TV.

Apesar de tantas barreiras, o futuro já chegou, e é por meio dessas transmissões. Os comentaristas são os mesmos e o espetáculo também. Resta quebrar a barreira, que pode ser considerada até como medo, de sair do comum para ter melhor qualidade em um dos maiores lazeres das horas vagas.

 

Reportagem: Lucas Pires

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