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Manifestação contra a Reforma da Previdência toma o Centro da cidade

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Concentração de manifestantes na Candelária. Foto: João Ricardo Barbedo

Reportagem de Eliza Cunha, Júlia Pico, Victoria Mancino e João Ricardo Barbedo

 

Trabalhadores, estudantes e aposentados manifestaram-se nesta quarta-feira (15/3) contra a Reforma da Previdência em todas as capitais. No Rio, os manifestantes concentraram-se na Candelária e seguiram rumo à Central do Brasil, com o intuito de ganhar a adesão dos trabalhadores que voltavam para as suas casas, após o expediente. Houve um princípio de tumulto entre o movimento e a Guarda Municipal, com o registro de uma pessoa ferida, segundo informou o G1.

 

A PEC 287 pretende fixar a idade mínima de 65 anos para requerer aposentadoria e elevar o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos. Atualmente, não há uma idade mínima para o trabalhador se aposentar. Pelo sistema em vigor, é possível às mulheres requerer a aposentadoria após 30 anos de contribuição e, aos homens, após 35.

 

Um dos pontos mais polêmicos da reforma é o tempo de trabalho necessário para obter o direito da aposentadoria. Gilberto Leo, de 45 anos – que aderiu à paralisação dos bancários em apoio ao ato – reclama do prejuízo trazido pela mudança ao seu planejamento financeiro: “Eu comecei a trabalhar com carteira assinada aos 11, falta pouco tempo para eu me aposentar. Agora tenho que trabalhar até os 65?”. O estudante Alef Soares, de 16 anos, apontou outro problema da reforma. Ele questionou a capacidade do Estado de garantir a saúde do trabalhador até a nova idade exigida. “Se eu conseguir chegar a 65 com a saúde precária do país, eu estarei lucrando. Imagina chegar aos 70”, criticou.
Gilberto Borel, de 70 anos, aposentado e vice-presidente da Associação dos Servidores da Fundação para a Infância e Adolescência (ASFIA), comentou sobre a importância do ato: “O povo é o patrão dos políticos. Se ele entender a força que tem, é capaz de derrubar todos os políticos”. Sua expectativa é de que a reforma não seja aprovada. Caso seja, ele acredita em uma resposta do povo nas próximas eleições.

Pedro Alexandre, de 40 anos, e sua filha Débora, de 7. Foto: Victoria Mancino

O funcionário dos Correios, Pedro Alexandre, de 40 anos, levou sua filha Débora, de 7, ao ato. Ele relatou a importância do movimento para resguardar direitos que foram conquistados através da luta política. “A preocupação é com o futuro das nossas crianças também. Ela tem 7 anos (referindo-se à filha). Vai ter que começar a trabalhar aos 16 para, aos 65, conseguir se aposentar integralmente”, lamentou. Ele também comentou sobre seu medo de não atingir os anos necessários para a aposentadoria pelas novas regras.

Haverá uma regra de transição para quem está perto da aposentadoria. Homens com 50 anos  ou mais e mulheres com 45 ou mais poderão aposentar-se com regras diferenciadas. Trabalhadores nessa situação deverão cumprir um período adicional de contribuição , uma espécie de “pedágio”, equivalente a 50% do tempo que faltaria para atingir o tempo de contribuição exigido.

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