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Manifestações de 14 março: significados além da execução

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Há exatamente um ano, a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro, Marielle Franco, do PSOL, e seu motorista, Anderson Gomes, foram executados. O assassinato da parlamentar trouxe a discussão de pautas, defendidas por ela, sobre direitos humanos e minorias sociais. Após 365 dias do ocorrido, o caso que continua no aguardo de uma solução definitiva, levou e continua levando pessoas para as ruas.

Escadaria da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro/ Foto: Yasmim Ribeiro

Hoje, o dia amanheceu com homenagens em memória da morte da Vereadora e seu motorista. Na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro, mais de 300 girassóis decoraram as escadas, onde Renata Souza, deputada estadual pelo PSOL, declarou a um grupo de estudantes pela manhã. “A gente não vai só ler sobre a Marielle nos livros de história”. Ela explica que a execução de Marielle não se trata apenas de um fato histórico, mas que a imagem da ex-vereadora põe luz sobre assuntos em defesa das mulheres. “Pra que nós saibamos que nossas vidas importam e que ninguém tem o direito de interrompê-la, por Marielle, seguimos”, finalizou a Deputada.

Uma missa foi realizada na Igreja da Candelária, também no Centro do Rio. Na saída, as pessoas foram recebidas por uma outra homenagem religiosa, dessa vez de um grupo de candomblé. Laise Benevides, amiga de Marielle comentou a importância das celebrações para a memória da vereadora. “É muito importante que todo mundo peça junto respostas. Depois de 365 dias a gente ainda não sabe quem mandou matar Marielle e porquê”.

Homenagens à Marielle e Anderson/ Foto: Sérgio Filho

Do lado de fora da igreja, Tarcísio Motta, amigo da vereadora, esclarece que a manifestação cobra respostas de quem “mandou puxar o gatilho” e que as pautas de Marielle não serão esquecidas. Marcelo Freixo, amigo da vereadora e Deputado Federal diz que manifestar pela descoberta de quem mandou matar a parlamentar deve ser com amor, afeto e justiça. “A gente vai descobrir quem mandou para que esse mundo possa nunca mais enterrar uma Marielle”.

Marcelo Freixo na Candelária/ Foto: Gustavo Senna

Na Cinelândia, movimentos e manifestações artísticas foram realizados em homenagem à vereadora e seu motorista. Fabrício Alves, membro do diretório do PSOL de São Gonçalo fala que o ato é importante, para que crimes como esse não se repitam. “Foi um crime pelo que a Marielle representava, uma mulher negra e favelada que lutava pelos direitos humanos”.

Cláudia Vitalino/ Foto: Yasmim Ribeiro

Claudia Vitalino, 50 anos, presidenta da UNEGRO, considera essencial a luta contra o genocídio negro a partir do legado de Marielle. “Nós, mulheres negras, estamos tombando diariamente. Pelo racismo institucional, quando uma mulher é tombada pela violência policial, pela violência do homem. Quando Marielle tombou, várias se levantaram.” Ana Carolina Cario, tem 17 anos e acha as manifestações importantes para lembrar que mulheres negras estão sedo mortas e a juventude sendo massacrada. “A gente tem que se unir pra fazer pela gente.”, finalizou.

Reportagem de Mariana Colpas e Yasmim Ribeiro

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