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Manifestação estudantil fecha a Avenida Rio Branco

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Reportagem de Caio Garritano e Júlia Pico

“Gasto quase R$ 400 por mês, de onde a gente vai tirar esse dinheiro?”. Esse é o questionamento do estudante Pablo Muniz, de 19 anos, que desloca-se diariamente de Ricardo de Albuquerque (Zona Norte) ao IFRJ, em Duque de Caxias. Ele foi um dos participantes do protesto que fechou as ruas do Centro do Rio, nesta segunda feira, para assegurar o direito ao passe livre para alunos de escolas públicas e federais. Movimentos estudantis concentraram-se às 14h, na Avenida Rio Branco, e seguiram pacificamente em direção à Candelária.

Manifestantes fazem cordão na Avenida Rio Branco. Foto: Júlia Pico.

Com o objetivo de cortar gastos do governo estadual, a Secretaria Estadual de Educação determinou, na última quinta-feira (4), a redução do benefício do passe livre estudantil, o que deixaria cerca de 27 mil estudantes desamparados pelo serviço. Contudo, a Defensoria Pública do estado obteve, no domingo (7), uma liminar impedindo a ação da secretaria, sob pena de multa diária de R$ 5 mil.

Na manifestação, alunos que seriam prejudicados pela decisão, professores e simpatizantes demonstraram o descontentamento com a ação proposta e com os atuais governos de Michel Temer e Luiz Fernando Pezão. Entre as reclamações mais recorrentes dos alunos, estava a impossibilidade de arcar com o custo das passagens, o que inviabilizaria os estudos.

Segundo os estudantes João Lucena e Roberta Viana, ambos de 17 anos e  alunos do Colégio Pedro II, a organização do evento foi feita por meio das redes sociais e por grupos de comunicação entre as escolas, criados durante as ocupações de 2016. Os jovens queixaram-se do prejuízo que o fim do passe traria para muitos: “Tem gente na nossa escola que só de ida gastaria quase R$ 20 e, com o salário mínimo, não rola”.

Além dos estudantes secundaristas, professores das escolas públicas também estavam presentes e declararam o apoio à luta dos alunos.  Marcello de Moura Coutinho, 43, entende que o benefício deveria ser ampliado, “Acredito até que deva ter uma ampliação do passe livre para as férias. Assim, eles poderiam ir a museus e participar de atividades culturais”, defendeu.

A manifestação contou com o apoio de entidades estudantis como a União dos Estudantes Secundaristas, União da Juventude Rebelião, Federação dos Estudantes de Escolas Técnicas e União da Juventude Socialista, entre outras.

Movimentos Estudantis reivindicam o direito ao passe livre no Centro. Foto: Caio Garritano.