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Fato ou fake

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Era 2010 quando, em meio a um cenário caótico na cidade do Rio de Janeiro, no qual traficantes travavam uma guerra com a polícia, que começou a primeira grande onda de fake news no estado. Na época, as notícias eram disseminadas principalmente via Twitter, rede social que permitia a maior velocidade. Foi nesse período que Fábio Gusmão, jornalista da InfoGlobo, interviu e criou o blog “#Éverdade#Éboato”, vinculado ao jornal EXTRA.

O site servia para diferenciar as notícias falsas das que tinham fundo de verdade, o que era realizado por meio de uma equipe de repórteres que checava o conteúdo das matérias. A busca pela criação desse mecanismo era chamar a atenção do público para o volume crescente de rumores que estava aparecendo na internet.

Nove anos depois, o meio de comunicação principal para o compartilhamento de notícias mentirosas tornou-se o WhatsApp. Segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts em 2018, as fake news conseguem se espalhar com 70% mais rapidez que as notícias verdadeiras. Fábio defende que, se os jornalistas verificassem os fatos da maneira correta, esse número seria menor.

Para garantir a manutenção de uma imprensa onde as notícias falsas são cada vez mais exploradas, Fábio coordena o núcleo de checagem “Fato ou Fake”, que engloba diversos veículos do grupo Globo. Em 2019, já foram mais de 200 matérias diferentes analisadas, com um grupo de mais de 70 repórteres. Os temas variam, e o tempo necessário para buscar a veracidade de cada uma também.

“Tem a ver com a complexidade delas e com o tempo que levamos para apurar”, explica o jornalista. Ele conta ainda que algumas notícias chegam a demorar dias para que sejam completamente verificadas. Em uma palestra na WeekUp, a semana de profissões da ESPM Rio, ele comentou mais sobre o assunto.

Fábio finaliza explicando que acabar com as fake news deve ser um esforço tanto de quem lê quanto de quem escreve. Para isso, indica que os leitores confiram os veículos de onde estão lendo as notícias e também prestem atenção a informações vagas dentro das matérias, pois elas indicam desinformação.

Reportagem: Bárbara Beatriz Camello e Juliana Anjos.

 

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