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Amarelo além de setembro

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O Setembro Amarelo acontece desde 2015 no Brasil. Essa campanha busca trazer o diálogo, a conscientização e a prevenção do suicídio, problema de saúde pública para a sociedade. No país, a cada 45 minutos ocorre um suicídio. No mundo, de 40 em 40 segundos. Entretanto, a preocupação com a preservação da vida não pode ser um assunto tratado apenas neste mês. No Brasil, ela é organizada pelo Centro de Valorização à Vida, CVV, uma organização sem fins lucrativos que também busca dar apoio emocional à quem precisa.

A campanha surgiu em 1994, quando Mike Emme, de 17 anos, tirou sua própria vida ao dirigir seu carro de cor amarela. Em seu funeral, havia uma cesta com 500 cartões e fitas da tal cor com a mensagem: “Se você precisar, peça ajuda”. Em poucas semanas a notícia se espalhou pelos Estados Unidos e ligações começaram a surgir. Além disso, haviam diversas mensagens de adolescentes buscando por auxílio. Desde então, a fita amarela é um símbolo desse programa, que incentiva aqueles, que têm pensamentos suicidas, a buscar ajuda.

Durante o mês de setembro, a campanha ganha muita força e o assunto de suicídio é muito comentado na mídia. Isso não acontece por acaso: “É em setembro porque parece que existe estatisticamente uma prevalência maior de suicídio perto das festas de final de ano. Falar sobre o setembro amarelo é estratégico, porque você pode prevenir o que pode vir a acontecer nos meses seguintes”, diz Marcelo Sampaio, médico da família e pneumologista que sofreu depressão.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio representa 1,4% das mortes em todo o mundo, o que fez com se tornasse, em 2012, a 15ª maior causa de mortalidade na população. Já entre os jovens de 15 a 29 anos, é a segunda principal causa de morte. As campanhas ajudam a trazer visibilidade para o assunto, sobre isso, o psiquiatra Felipe Aragão comenta: “Acho que setembro amarelo, além da campanha, tem uma questão de educação e orientação, que as pessoas tem que procurar ajuda, que elas não estão sozinhas e que podem falar sobre”.

O assunto, devido a sua seriedade, poderia ser tratado durante o ano inteiro. Porém, ter a campanha no mês de setembro já é um grande passo para que se busque a prevenção de uma doença que é tratável. É o que pensa Carlos Henrique Gonçalves, psicólogo e professor da Universidade Católica de Petrópolis (UCP), onde coordena um projeto de auxílio aos alunos com ansiedade e depressão, para terem um espaço de conversa e troca de experiências com pessoas que estejam em uma situação parecida.

De acordo com Carlos Henrique, o poder executivo deve criar uma estrutura para manter o assunto em alta na sociedade. Segundo ele, é obrigação dos órgãos governamentais buscar uma forma de antecipação a um estado mais grave da pessoa. “É de responsabilidade do governo velar pela saúde da população, e deve evidenciar esse cenário pelos postos de saúde, meios de comunicação e outros setores”, disse o psicólogo. “A prevenção é a melhor opção, porque a pessoa deprimida apresenta queda na sua produtividade e qualidade de vida. Então, prevenir é economizar, tanto quantitativo como qualitativamente”, finalizou.

Reportagem por: Carolina Mie, Lucas Pires, Mariana Colpas, Nestor Ahrends, Pedro Cardoso.

 

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