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Pessoas Trans na Política Brasileira

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A primeira mulher transexual a ocupar um cargo político no Brasil e na América Latina foi a Kátia Tapety, eleita vereadora da Colônia do Piauí no ano de 1992. Desde então, a política brasileira conta com um aumento significativo da participação de personalidades transexuais. De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), foram registradas apenas sete candidatas trans no ano de 2014. Já no ano de 2022, o número de candidaturas cresceu exponencialmente, chegando a 79 concorrentes. 

Entretanto, mesmo com o aumento de candidaturas de pessoas transexuais para cargos políticos brasileiros, essas demoraram para, de fato, serem eleitas. Segundo a ANTRA, no ano de 2018, apesar dos 82 candidatos, apenas oito ganharam os cargos concorridos. A quantidade de concorrentes para a pequena porcentagem de eleitos no decorrer dos anos pode ser conferida no gráfico abaixo.

Apesar do aumento da notabilidade trans na política brasileira, a vereadora de Aracaju, Linda Brasil, afirma ainda haver relatos de experiências desagradáveis no ambiente profissional. “O que acontece são comportamentos machistas, LGBTfóbicos e racistas, que, quando a gente pontua que aquele comportamento é preconceituoso, acabam distorcendo, tentando deslegitimar as nossas falas para não aceitar que essas atitudes são, de fato, machistas.”

Outra dificuldade comentada pela vereadora consiste na ignorância de políticos cisgêneros e brancos relacionada às pautas de identidade de gênero. Segundo Linda, eles desvirtuam as pautas apresentadas sobre diversidade sexual e de gênero ao afirmar que essas são, na verdade, sobre ideologia de gênero. Então, para ela, o maior desafio no ambiente político brasileiro é essa tentativa de diálogo com outros parlamentares para trazer informações corretas sobre a pluralidade da comunidade LGBTQIA +.

A vereadora de Niterói, Benny Briolly, também conta sobre a necessidade da discussão de pautas LGBTQIA +. “Precisamos debater educação sexual e de gênero, precisamos de um mundo que aceite todos os corpos dentro das relações e das famílias.”

Além disso, Benny também compartilha o medo de estar exercendo política como mulher preta e transexual no Brasil. Ela diz ter receio do atual governo do país e, principalmente, dos ataques recorrentes direcionados à imprensa e às mulheres.

De acordo com Linda, apesar dos desafios de fazer política como minoria, o avanço do diálogo sobre pautas sexuais e de gênero gera esperança nos profissionais da área.”Eu sou muito otimista de que várias mulheres estão se conscientizando da importância da representatividade LGBTQIA + na política, de que a nossa luta a favor da justiça social continue nos movendo e nos dando forças.”

Reportagem: Bruna Andreatta e Gabriela Arditti

Supervisão: Maria Eduarda Martinez

Imagem de capa: Metrópoles Online

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