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Páscoa em tempos de confinamento

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Devido a pandemia do COVID-19 e as medidas de isolamento, a páscoa esse ano será menos doce. Essa é a primeira celebração à acontecer desde o início da quarentena e chega para mostrar os primeiros sinais das mudanças no comportamento dos consumidores. Segundo Confederação Nacional do Comércio de bens Serviços e Turismo, as vendas da páscoa esse ano devem registrar uma queda de 31,6% em relação a 2019. Esse prejuízo pode chegar a perda de 738 milhões de reais para o setor comercial. 

Com a crise, a data que sempre movimenta o comércio em todo o país apresentou redução nas vendas, porque grande parte dos consumidores têm optado por comprar apenas o essencial. Por isso, os ovos de Páscoa, que são uma tradição nesta época do ano, foram deixados de lado. Alguns estabelecimentos fizeram promoções e criaram serviços de entrega para incentivar as pessoas a ficarem em casa e para reduzir o prejuízo.

Como a empresa Lacta criou a campanha “cada pedacinho aproxima, mesmo cada um em sua toca” com a finalidade de divulgar seu sistema “Lacta em Casa”, um localizador de estabelecimentos que estão fazendo entrega de seus produtos mais próximos ao consumidor. Assim como a fabricante de chocolates, a empresa varejista Lojas Americanas, trouxe o movimento “A maior Páscoa do mundo na sua casa”, que estimula compras pelo app e a entrega à domicílio de chocolates. Além disso, também estão oferecendo cashback na compra de alguns produtos. 

Além do delivery de chocolates, os descontos também estão sendo usados como estratégias para as marcas. Um desses casos é o das lojas Kopenhagen, que disponibilizaram 30% de desconto em todos os itens de Páscoa. Outro exemplo é o da rede Cacau Show, que além de implementar o frete grátis nas entregas, está fazendo parcelamento sem juros e promoções, como a que oferecem redução de preços do segundo e terceiro ovo nas compras. 

A dona da franquia da Cacau Show de Petrópolis, Maria Cristina de Almeida, disse que a expectativa para esse ano era muito boa, já haviam feito estoque e os preços dos produtos estavam ótimos. “Fomos pegos de surpresa, tivemos prejuízo, fomos obrigados a dar férias aos funcionários, tudo muito corrido”. Por conta da crise, ela precisou tomar algumas medidas para arcar com os prejuízos, como escoar produtos para vender em mercados e efetuar a venda das demais mercadorias pelo serviço de delivery.

No entanto, a crise não atingiu apenas as grandes lojas, mas também os produtores artesanais e locais de chocolates. Por isso, a chocolatier Renata Penido, criou a #PáscoaAtéJunho, com o intuito de que continuem sendo realizadas encomendas ao longo desse período. O movimento visa também cobrir o saldo negativo das próximas datas comemorativas como dia das mães e dos namorados. “A ideia da Páscoa até junho é criar um momento de caixa e fazer com que o cliente não desista do pedido, se necessário adie”. Renata acrescentou que muita gente encomendou para depois, pois estão isolados e não querem entrar em contato com nenhum tipo de produto.

A profissional também comentou a respeito das mudanças na rotina de produção e, também, falou sobre os cuidados e a higienização que se deve ter em um ambiente de cozinha. Como medidas de precaução, muitos pequenos produtores precisaram dispensar seus funcionários, tendo que trabalhar sozinhos e sem ajuda. “Isso fez muita gente que já trabalha com uma equipe maior voltar às origens”, comentou Renata. “Então, é isso, a Páscoa até junho veio para fazer a gente dar uma respirada e poder renascer de novo”, acrescentou a chocolatier.

Algumas pessoas, como Gabriela Valente,  optaram por comprar produtos artesanais e apoiar negócios locais, parecidos com o de Renata. Para ela, o motivo de ter dado preferência para uma produtora local, além do custo benefício, é que esses pequenos produtores vão ter mais dificuldade de lidar com os prejuízos que as grandes marcas. “Prefiro ajudar alguém e ter um produto de qualidade tão boa quanto que pagar mais caro por isso”, explica. A jovem também acrescentou que pretende continuar consumindo de negócios locais, pois além de ser uma boa iniciativa, os produtos são menos artificiais por não serem industrializados.

 

Reportagem por: Camila Hucs e Ana Julia Oliveira

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